Resumo do livro – A Cidade e as Serras

Resumo do Livro – “A Cidade e as Serras”

“A Cidade e as Serras” é um romance escrito por Eça de Queirós e publicado pela primeira vez em 1901. O autor, um dos mais proeminentes escritores do realismo português, utiliza essa obra para explorar temas como a dicotomia entre a vida rural e a vida urbana, a modernidade e a tradição. A trama gira em torno de Zé Fernandes, um jovem que, após viver em Paris e se apaixonar pela vida e cultura da cidade, decide retornar à sua terra natal, onde encontra não apenas uma nova perspectiva de vida, mas também um redirecionamento da sua própria essência.

Neste romance, Eça de Queirós critica a superficialidade da vida urbana e revela o contraste com a riqueza e a simplicidade da vida no campo. A jornada de Zé Fernandes é marcada por suas experiências em Paris, e à medida que avança, ele se vê preso entre os encantos da cidade e a nostalgia do campo. A narrativa, rica em ironia e humor, traça um retrato vívido das idiossincrasias de ambos os ambientes, refletindo as preocupações socioculturais da época.

Ilustracao de A Cidade e as Serras

Ilustracao de A Cidade e as Serras

Resumo dos Personagens Principais

  1. Zé Fernandes: O protagonista da história, Zé é um jovem que, após viver na agitação de Paris, retorna à sua terra natal em busca de uma vida mais autêntica. Sua transformação ao longo da narrativa simboliza a luta entre a modernidade e a tradição, e ele representa a busca desesperada por um sentido de pertencimento.
  2. Emília: Uma jovem de forte personalidade, Emília é o interesse amoroso de Zé. Sua relação com ele reflete a tensão entre a vida urbana e a vida rural, sendo um contraponto essencial na busca de Zé por sua identidade.
  3. O Visconde de Távora: Amigo de Zé, o visconde vive na cidade e representa a aristocracia urbana. Ele se apresenta como um defensor das conveniências sociais da cidade, contrastando com a simplicidade e autenticidade representadas pelo campo.
  4. Tio de Zé: Este personagem é uma figura paternal que simboliza a tradição rural. Ele oferece a Zé uma conexão com suas origens e com as antigas práticas que moldaram sua identidade.
  5. Marcelino: Um amigo de Zé que, apesar de suas ambições urbanas, acaba renunciando à vida na cidade devido às suas desilusões e à busca por um estilo de vida mais autêntico.
  6. Leopoldina: Figura intrigante e à parte, Leopoldina é uma mulher independente que desafia as normas sociais da época, representando uma nova visão de liberdade e empoderamento.
  7. Aleixo: Um personagem cômico que, com suas observações irônicas sobre a vida na cidade, serve como um crítico social das hipocrisias e do superficialismo da urbanidade.
  8. D. Ema: Mãe de Zé, D. Ema é uma figura que encarna o amor materno, sendo um símbolo das raízes familiares e da tradição que Zé tenta reconciliar com suas experiências na cidade.
  9. Dr. Tavares: Médico da vila que simboliza a racionalidade e a modernidade no campo. Ele tenta trazer inovações para a vida rural, refletindo o dilema entre o progresso e a preservação dos costumes.
  10. O Barão de Louriçal: Personagem que representa a aristocracia rural e suas relações com a vida urbana. Ele é um reflexo do conflito entre a tradição e as novas formas de vida que se apresentam.

Resumo Detalhado por Partes

Parte 1: A Vida na Cidade

Inicia-se a narrativa com Zé Fernandes em Paris, onde vivencia os encantos da vida urbana. Ele se deslumbra com a cultura, o modernismo e as novidades que a cidade oferece. No entanto, já no início, o autor introduz as dificuldades e superficialidades que lhe cercam. A vida agitada apenas intensifica a sensação de alienação do protagonista.

Eça de Queirós retrata, com ironia e crítica, as relações sociais superficiais que permeiam a sociedade parisiense. Zé, ao interagir com uma gama de figuras sociais, começa a se ver fragmentado entre o que realmente deseja e as imposições da vida moderna. O uso da cidade como um ambiente vibrante, porém vazio, faz parte da crítica ao estilo de vida da época.

Parte 2: O Retorno ao Campo

Após uma série de desilusões e questionamentos internos, Zé decide retornar à sua terra natal. A transição entre a cidade e o campo é marcada por contrastes vívidos. Enquanto Paris simboliza o frenesi e a modernidade, o campo representa autenticidade e tranquilidade.

Nesse retorno, Zé começa a redescobrir suas raízes e a beleza da vida simples. A interação com os habitantes locais e os costumes da terra provocam uma nova percepção em Zé. A rusticidade do ambiente o faz refletir sobre as escolhas que fez e tudo o que perdeu no correr do tempo.

Parte 3: Conflitos e Resoluções

Ao se estabelecer novamente no campo, Zé se vê em um dilema. De um lado, sua atração pela vida urbana que experimentou, e do outro, a nova identidade moldada pela simplicidade do campo. Emília, a jovem que ama, se torna símbolo dessa luta interna.

Os conflitos se aprofundam à medida que as interações entre os personagens revelam as complexidades das relações humanas e sociais. Eça explora o tema do amor, tradizionalismo e os anseios humanos de modo a culminar em uma resolução surpreendente e reflexiva.

Conclusão

Em “A Cidade e as Serras”, Eça de Queirós apresenta não apenas uma crítica às vãs superficialidades da vida urbana, mas também uma reflexão profunda sobre a verdadeira essência da vida e o que realmente importamos. O desfecho, que traz à tona o retorno de Zé às suas origens e a aceitação da simplicidade, questiona a premissa de que a modernidade é sempre a melhor escolha, revelando que a felicidade pode ser encontrada na autenticidade e na tradição.

Essa obra permanece atemporal, convidando os leitores a refletirem sobre suas próprias existências e escolhas, mostrando que o equilíbrio entre o campo e a cidade é fundamental para a realização pessoal.

Recomendação de Leitura

“A Cidade e as Serras” é um livro que deve ser lido por todos que buscam uma reflexão sobre as tensões entre a modernidade e a tradição. Fãs de literatura realista, em especial aqueles que apreciam o estilo de Eça de Queirós, encontrarão aqui uma obra rica em crítica social e profundas observações sobre a vida.

Além disso, leitores que se interessam por temas como identidade, pertencimento e amor encontrarão na jornada de Zé Fernandes uma ressonância com suas próprias experiências. Este romance é uma leitura essencial para os que valorizam a conexão com a terra e as raízes, ao mesmo tempo em que questionam as promessas da modernidade.

Por fim, “A Cidade e as Serras” é indicado para aqueles que apreciam a profundidade e sutileza da prosa de Eça, onde as palavras não apenas contam uma história, mas desafiam o leitor a pensar criticamente sobre o mundo e suas contradições.

Informações de Publicação

O romance “A Cidade e as Serras” foi publicado pela primeira vez em 1901, época em que Eça de Queirós já era um autor renomado no cenário literário português. Embora tenha enfrentado criticas mistas na época, a obra rapidamente se tornou um dos maiores clássicos da literatura portuguesa.

Eça publicou o livro com a intenção de expor e criticar a modernização desenfreada da sociedade portuguesa e dar voz a uma perspectiva mais rural e tradicional que era frequentemente negligenciada. Com uma abordagem inovadora e personagens cativantes, a obra conquistou leitores e continua relevante até os dias de hoje.

Curiosidades

  • A obra foi inspirada pelas experiências de Eça em Paris e suas interações com a sociedade urbana da época.
  • Zé Fernandes é frequentemente considerado uma representação do próprio Eça, refletindo suas críticas à vida moderna.
  • O livro é conhecido por sua rica ironia e humor, características marcantes das obras de Eça de Queirós.
  • A cidade de Paris e a Vila de Tormes são contrastadas para destacar as diferenças entre os modos de vida.
  • Eça de Queirós utilizou a obra para defender a vida rural como uma alternativa mais autêntica à superficialidade urbana.
  • A obra é uma das últimas publicações do autor antes de sua morte, consolidando seu legado literário.
  • O livro foi publicado postumamente em diferentes edições e continua a ser estudado e analisado em contextos acadêmicos.
  • “A Cidade e as Serras” é considerada uma crítica à modernização e à industrialização de Portugal no início do século XX.
  • Além do humor, Eça utiliza uma prosa rica e detalhada para descrever cenários e personagens, dando vida à narrativa.
  • Este romance é frequentemente recomendado como leitura obrigatória em cursos de literatura portuguesa devido à sua relevância e profundidade.
author
Minerva Sofia

"Oi, sou a Minerva! , uma leitora ávida e escritora dedicada. Com 25 anos, meu amor por livros me inspirou a criar este blog, onde compartilho resumos e resenhas sobre minhas leituras favoritas. Aqui você encontrará recomendações de livros, reflexões sobre temas importantes e minhas impressões sobre os personagens e enredos que mais me emocionaram. Se você é um amante de livros em busca de novas histórias para se envolver, junte-se a mim nesta jornada literária."

Receba os melhores resumos de livros!

Fique por dentro dos principais insights dos livros mais populares. Inscreva-se na nossa newsletter com apenas o seu email e enriqueça seu conhecimento!

Quer saber Mais? Leia o livro!

Imagem de capa de: A Cidade e as Serras

Ao adquirir "A Cidade e as Serras" através do link abaixo, você não só expande sua biblioteca, mas também apoia o nosso blog! Cada compra contribui diretamente para mantermos nosso conteúdo vivo e gratuito. Obrigado pelo seu apoio!

A Cidade e as Serras, Escrito por Eça de Queirós

Adquira agora na Amazon!
gradient

Patrocinadores

Transistor