Resenha Jogo Perigoso – Stephen King

Resenha de “Jogo Perigoso” – “Jogo Perigoso” por Stephen King

“Jogo Perigoso”, publicado em 1992, é mais uma obra impactante do mestre do terror Stephen King. Neste livro, o autor nos leva a uma jornada angustiante que explora não apenas o medo e a tensão, mas também a crítica social ao machismo e às relações abusivas. A história gira em torno de Jessie Mahout, que, em um fim de semana em uma casa de veraneio, se vê presa em uma situação inimaginável.

O enredo começa de forma intensa: Jessie e seu marido, Gerald, estão em um jogo que rapidamente se transforma em um pesadelo. Após um incidente fatal envolvendo um ataque cardíaco de Gerald, Jessie encontra-se sozinha, algemada à cama, em meio a uma casa isolada. Essa situação já gera um clima de desespero e incerteza, com Jessie lutando para escapar e sobreviver.

A obra vai além do simples terror psicológico. King utiliza a voz interior de Jessie, representada por várias personas, para refletir sobre suas experiências e traumas passados, além de criticar os estigmas da sociedade em relação às mulheres. Assim, encontramos a “Esposinha Perfeita”, Ruth, uma amiga feminista e outras vozes que a ajudam a confrontar seus próprios medos e o machismo que permeia sua vida.

Jessie é uma personagem rica e complexa. À medida que acompanhamos sua luta, são revelados momentos do seu passado que a moldaram, permitindo que o leitor se conecte emocionalmente com sua dor e resistência. O contraste entre a vulnerabilidade e a força de Jessie é um dos grandes destaques da narrativa, tornando-a uma figura memorável.

Os personagens secundários, embora menos explorados, são fundamentais para entender o contexto por trás de suas ações e as críticas que King levanta. As vozes na mente de Jessie não apenas oferecem apoio, mas também expõem os julgamentos que muitas mulheres enfrentam na sociedade.

A habilidade de King em criar atmosfera é excepcional. O ambiente da casa de veraneio, isolada e cheia de sons perturbadores, contribui para a sensação de claustrofobia e tensão. As descrições vívidas do que Jessie enfrenta fazem com que o leitor sinta a angústia e o desespero da protagonista.

Embora muitos leitores possam achar a narrativa lenta em alguns momentos, a construção do suspense é intencional, um elemento que intensifica o impacto emocional. King é conhecido por criar situações que testam os limites da resistência humana, e “Jogo Perigoso” não é exceção.

A única crítica que pode ser feita a “Jogo Perigoso” refere-se ao seu final, que pode deixar alguns leitores decepcionados. A resolução da história pode parecer abrupta e contradizer o desenvolvimento intenso que precede as últimas páginas. No entanto, a jornada pela qual Jessie passa e as reflexões sobre questões sociais são, sem dúvida, o que torna o livro relevante e provocativo.

Se você aprecia histórias que desafiam não apenas o medo, mas também os limites da sociedade, “Jogo Perigoso” é uma leitura imperdível. Apesar de sua conclusão controversa, a obra de Stephen King promete mantê-lo cativado até o último instante. E mesmo que o final não tenha agradado a todos, a experiência e a reflexão que o livro proporciona fazem valer a pena cada página.

Resenha Jogo Perigoso – Stephen King

Temas Principais de “Jogo Perigoso”

• Machismo: A obra critica o machismo presente em relações abusivas, explorando a luta de Jessie contra as imposições de gênero.
• Solidão e Desespero: A solidão de Jessie em uma casa isolada intensifica seu desespero e sua luta pela sobrevivência.
• Vozes Internas: A multiplicidade de vozes na mente de Jessie representa suas lutas internas e traumas passados.
• Superação: A trajetória de Jessie é uma jornada de superação diante de dificuldades extremas.