Uma obra que se destaca tanto na literatura quanto no cinema. O título já suscita curiosidade, e posso afirmar que tanto o livro quanto a adaptação cinematográfica são obras-primas, merecendo nota máxima.
Resenha: Conclave (livro e filme)
“Conclave” narra a história do cardeal Lomeli, que assume a liderança do Colégio de Cardeais a partir do falecimento do papa, conduzindo o complexo e misterioso processo eleitoral para escolher o novo líder da Igreja Católica. A disputa se divide entre dois grupos: os conservadores e os liberais, com os principais cenários sendo a Casa Santa Marta, onde os cardeais ficam alojados, e a Capela Sistina, onde ocorrem as votações.
A trama apresenta 108 cardeais, incluindo um recém-chegado: o arcebispo de Bagdá, Benítez, que aparece de última hora, revelando que foi nomeado cardeal em segredo pelo papa falecido, o que intensifica a tensão do conclave.
O termo “conclave” significa “com chave”, refletindo o ambiente fechado e nervoso em que os cardeais se encontram. Embora a narrativa tenha toques de claustrofobia, é revelado que eles não estão totalmente isolados, mantendo contato com a equipe organizadora, que possui acesso ao exterior.
A maioria dos personagens é composta por idosos, e, na ausência de ação frenética, tanto o livro quanto o filme capricham no ritmo envolvente e diálogos bem elaborados, permitindo que a politicagem e os debates sejam desenvolvidos com profundidade.
Nesta noite do conclave, começava o verdadeiro trabalho. Embora a constituição papal proíba quaisquer acordos entre cardeais, a realidade se transforma em um jogo de aritmética: quem conseguirá os 79 votos necessários?
O autor contrasta o lado político do conclave com as verdadeiras missões da Igreja, que deveria ser acolhedora e generosa, mostrando como lá fora, o mundo arde em conflitos.
Um ponto interessante é a análise da invisibilidade feminina dentro do contexto religioso, trazendo à tona como a questão do papel da mulher é frequentemente ignorada, embora o cenário possa parecer predominantemente masculino.
Como alguém que cresceu em um contexto evangélico, a leitura trouxe momentos de emoção genuína. Uma homilia marcante sobre a dúvida, proferida pelo protagonista, se destacou para mim ao refletir sobre a natureza da fé.
O livro foi escrito em 2016, três anos após a eleição do papa Francisco, mas não menciona o papa falecido de forma direta, apenas sugere que ele era um liberal, o que leva muitos a imaginar uma reflexão sobre o próximo conclave.
Em relação a spoilers, estava ciente de um grande plot twist, mas não sabia os detalhes. Ao aprofundar na narrativa, presenciei uma série de revelações, especialmente na dinâmica entre os cardeais.
Existem quatro candidatos sérios na votação inicial:
Um cardeal em estado de embriaguez revela que Tremblay foi demitido na última audiência com o papa, mas a versão do acusado recorre à negalização. Lomeli se vê em um dilema, sem poder tomar decisões precipitadas.
Uma revelação inesperada surge quando uma freira interrompe o conclave, disparando um escândalo que ameaça a candidatura de Adeyemi. Lomeli, contando com a ajuda de irmã Agnes (Isabella Rossellini), investiga esta conexão e descobre um esquema de corrupção que emerge das últimas reuniões do falecido papa.
Com dados em mãos, Lomeli expõe a corrupção ao favores de Tremblay, o que reverte a situação em prol da candidatura de Bellini, à medida que Lomeli conquista a confiança dos votantes.
Uma explosão se abate sobre a Capela durante a votação, acentuando o debate sobre a violência em contraposição à mensagem de paz da Igreja, com Benitez trazendo reflexões extremas sobre o sofrimento que presenciou em sua diocese.
Na fase final, Benitez é escolhido novo papa. O twist? Ele é trans, um aspecto que ele só entendeu mais tarde em sua vida e que o papa anterior encorajou a não desistir de seu papel.
Embora a essência de ambas as versões permaneça, algumas diferenças notáveis merecem destaque. Uma delas é a nacionalidade do protagonista; no livro ele é italiano, enquanto no filme é inglês, talvez para facilitar a atuação de Ralph Fiennes. Da mesma forma, Benitez é filipino na obra literária e, na adaptação, foi alterado para ser mexicano.
A corrupção associada a Tremblay é suavizada no filme, onde seu papel como um conspirador estratégico varia consideravelmente se comparado à profundidade dada no livro.
Adicionalmente, determinadas reflexões internas de Lomeli, especialmente sobre sua admiração por irmã Agnes, são mais detalhadas na narrativa literária.
Por outro lado, o filme consegue transmitir uma cena visual impactante, mostrando as cédulas de votação esvoaçando enquanto as janelas da Capela estão abertas, simbolizando a reconexão dos cardeais com as necessidades do povo.
No final, a obra literária se destaca um pouco mais, mas ambos os formatos oferecem experiências valiosas e intrigantes.
"Oi, sou a Minerva! , uma leitora ávida e escritora dedicada. Com 25 anos, meu amor por livros me inspirou a criar este blog, onde compartilho resumos e resenhas sobre minhas leituras favoritas. Aqui você encontrará recomendações de livros, reflexões sobre temas importantes e minhas impressões sobre os personagens e enredos que mais me emocionaram. Se você é um amante de livros em busca de novas histórias para se envolver, junte-se a mim nesta jornada literária."
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