“A Paixão de Mademoiselle S.” é uma obra cativante que apresenta um tesouro epistolar por meio das cartas de Simone, uma mulher de classe alta da Paris dos anos 1920, que mantém um romance clandestino com Charles, um amante mais jovem e casado. Esta correspondência, descoberta pelo autor e organizador Jean-Yves Berthault, revela não apenas um amor intenso, mas também um panorama social e cultural vibrante da época.
Resenha: A Paixão de Mademoiselle S. – Jean-Yves Berthault
O livro é estruturado em torno das cartas de amor que Simone escreve a Charles, nas quais ela expressa seus desejos mais ardentes e explorações sexuais em uma linguagem que mescla elegância e ousadia. Inicialmente, a correspondência se destaca pela profundidade emocional e pelo desnudamento de tabus sociais, refletindo o espírito libertário daquela década. Ao longo das páginas, o leitor é convidado a acompanhar a evolução do relacionamento entre os dois, que se conhecem em uma viagem de trem e rapidamente sucumbem ao desejo.
A Paris do final dos anos 20 se torna quase um personagem à parte na narrativa. É um período marcado por efervescência cultural e crescente liberdade sexual, onde figuras como Coco Chanel influenciavam o vestuário feminino e o surgimento do movimento sufragista inspirava mulheres a reivindicarem seus direitos. Essa atmosfera serve de pano de fundo para a ousadia de Simone, que busca desafiar as normas impostas pela sociedade de sua época.
Apesar da presença forte de Simone, Charles permanece um mistério. As cartas revelam a intensidade do amor de Simone, mas pouco se sabe sobre o amante, o que pode deixar o leitor curioso, mas ao mesmo tempo frustrado. Este aspecto se torna evidente conforme o livro avança, pois a repetição dos temas pode tornar a leitura cansativa. O receio de que as cartas semelhantes acabem por criar um efeito repetitivo é uma crítica válida, já que o livro poderia se beneficiar de uma curadoria mais restrita das correspondências.
Com uma linguagem rica e provocativa, Jean-Yves Berthault reconstitui não apenas a voz de Simone, mas também a complexidade das emoções e dilemas enfrentados pelas mulheres de sua época. No entanto, a estrutura do livro pode não agradar a todos, especialmente para aqueles que buscam uma narrativa mais dinâmica.
“A Paixão de Mademoiselle S.” é um convite para uma reflexão sobre o amor, os desejos e as limitações sociais enfrentadas por uma mulher apaixonada. Apesar de algumas ressalvas sobre a repetitividade da leitura, a obra é, sem dúvida, um importante registro da luta pela liberdade feminina e uma celebração da paixão. Se você se interessa por obras que exploram a complexidade do amor e a história das mulheres, esta leitura certamente merece um lugar na sua lista.
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