Situada no século XIX, no Rio de Janeiro, a trama gira em torno da relação entre Bentinho e Capitu, e levantam-se dúvidas sobre um possível romance entre Capitu e Escobar.
O Enigma da Traição de Capitu
Bento de Albuquerque Santiago, ou simplesmente Bentinho, inicia sua trajetória no Seminário, onde conhece Ezequiel de Sousa Escobar, seu grande amigo. Desde a infância, Bentinho nutre um amor platônico por sua vizinha, Maria Capitolina Santiago, carinhosamente chamada de Capitu. Após o casamento, o casal aparenta ter uma vida harmoniosa, mas à medida que a história avança, surgem sombras de desconfiança.
Após a formação em Direito, Bentinho e Escobar seguem rumos distintos na vida. Enquanto Bentinho mergulha em sua carreira jurídica, Escobar opta pelo comércio. Casado com Sancha, amiga de Capitu, Escobar torna-se pai de uma menina chamada Capitolina. No entanto, sua vida é tragicamente interrompida em 1871, quando morre afogado. A partir desse episódio, Bentinho começa a inquietar-se com a possibilidade de que Capitu tenha tido um envolvimento amoroso com seu falecido amigo.
É importante mencionar que Bentinho é um personagem solitário e introspectivo, como sugere seu apelido “Casmurro”, que denota uma personalidade reservada. Sua natureza ciumenta e insegura acentua as suspeitas que desenvolve ao longo do tempo. O fato de o casal ter dificuldades para engravidar durante anos aumenta ainda mais suas apreensões, e ele se torna obcecado pela ideia de que a traição pode ser a razão de sua frustração.
Quando Capitu finalmente engravida e dá à luz Ezequiel, Bentinho se vê atormentado pela dúvida: ele realmente é o pai ou o filho é fruto da traição com Escobar? Para agravar sua angústia, Bentinho percebe semelhanças marcantes entre Ezequiel e Escobar, tanto na aparência quanto em gestos, o que intensifica suas suspeitas. Eventualmente, a relação entre Capitu e Bentinho se deteriora, culminando em uma separação, mas o esposo nunca deixa de crer que sua esposa o traiu.
“Dom Casmurro” é narrado em primeira pessoa, conferindo a Bentinho, o protagonista, o papel de narrador-personagem. Ele compartilha sua perspectiva sobre a vida e os eventos que ocorreram entre os anos de 1857 e 1875, já na maturidade, aos 54 anos.
No cerne desta questão, a resposta permanece indefinida. O texto não revela com clareza uma traição; essa ambiguidade é uma das marcas de genialidade de Machado de Assis. A narrativa é conduzida unicamente pelo ponto de vista de Bentinho, que, repleto de inseguranças, falhas e ciúmes, oferece uma visão subjetiva dos fatos sem apresentar provas cabais da deslealdade de Capitu.
Dessa forma, “Dom Casmurro” deixa em aberto as dúvidas e inquietações sobre a lealdade de Capitu, desafiando os leitores a buscarem suas próprias interpretações acerca da complexa teia de relações que compõem esta obra-prima da literatura brasileira.
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