‘Conclave’: O livro que inspirou filme indicado ao Oscar foi trazido ao Brasil por sugestão de Jô Soares

‘Conclave’: O livro que inspirou filme indicado ao Oscar foi trazido ao Brasil por sugestão de Jô Soares

O suspense político e religioso “Conclave”, que recebeu oito indicações ao Oscar, é baseado no romance do autor britânico Robert Harris e foi publicado no Brasil graças a uma recomendação de Jô Soares! Luiz Schwarz, presidente do Grupo Companhia das Letras, relembra que Jô, que nos deixou em 2022, aos 84 anos, era um admirador do autor e se mostrava fascinado pelo tema central da obra: a sucessão papal.

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— Durante uma visita, Jô mencionou o livro e acabamos por adquiri-lo — conta o editor, que ainda não teve a oportunidade de assistir à adaptação cinematográfica. — Os temas ligados à seleção de papas sempre o intrigaram. Jô também era um voraz leitor de biografias.

Além de “Conclave”, a Companhia das Letras lançou outra obra de Harris, o thriller de espionagem “Munique”. Ambos os livros foram lançados sob o selo Alfaguara.

Ralph Fiennes em ‘Conclave’, filme indicado ao Oscar — Foto: Divulgação

Schwarcz menciona que Jô frequentemente recomendava obras à editora, sendo que ele mesmo era autor da casa. O humorista e apresentador fez sua estreia na ficção aos 57 anos com “O xangô de Baker Street”, que logo se tornou um best-seller. Antes desse sucesso, ele já havia publicado coletâneas de crônicas cômicas e sobre as Copas do Mundo de 1950 e 1954.

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Como escritor, Jô acrescentava seu humor característico a suas narrativas de suspense. E é exatamente esse o estilo de “Conclave”, que recria os rituais do Vaticano envolvidos na escolha do novo líder da Igreja Católica.

Na ficção elaborada por Harris, um papa reformista falece, e durante o conclave destinado a escolher seu sucessor, as divisões internas da Igreja tornam-se evidentes: há candidatos com visões progressistas e conservadoras, alguns desejam aumentar o papel das mulheres enquanto outros defendem a restauração de tradições do passado. Além disso, muitos deles guardam segredos que podem abalar o poder e a reputação da Igreja.

Dirigido pelo cineasta suíço Edward Berger, a adaptação para o cinema do romance recebeu um Globo de Ouro para o roteirista inglês Peter Straughan e compete nas categorias de melhor filme, melhor roteiro adaptado, melhor ator (Ralph Fiennes), melhor atriz coadjuvante (Isabella Rossellini), além de melhor figurino, melhor trilha sonora e melhor edição no Oscar.